quinta-feira, março 21, 2013

O palhaço rico e o palhaço pobre

Ontem, ao desfolhar o número um de 2013 da revista trimestral "Olhares", publicada pelo Centro Cirúrgico de Coimbra, deparei-me com um texto do Dr. António Travassos (Médico Oftalmologista) absolutamente delicioso, intitulado "O palhaço rico e o palhaço pobre".
Não resisti, dada a sua actualidade e o paralelismo que estabelece com a realidade dos nossos dias, a partilhá-lo aqui com os estimados leitores.


"Sempre gostei deles. Tinha as minhas preferências, claro. Avistei o «homem bala» e admirava a «senhora dos cabelos de aço», a mesma que vinha servir pipocas durante o intervalo. Nenhum conquistou o lugar dos palhaços, em concreto o do palhaço rico e do palhaço pobre.
O palhaço rico foi sempre rezingão e nunca encantou pelas lantejoulas, percebia-se que o brilho não era dele, era emprestado. Por muitos galões que exibisse ou por muito bem que falasse, ninguém acreditava nele, não se confiava no personagem. A simpatia ia sempre para o palhaço pobre, de calças largas e sapatos grandes e rotos, era neste que todos acreditavam, era ele que melhor comunicava e, por isso, nos fazia rir. Mais esperto e inteligente.
Fora do circo ainda continua a ser assim. Por vezes, esbarro numa parelha de palhaços. Estranhamente, o palhaço rico ainda sobrevive e, às vezes, confunde-se com o «xico esperto». Tem uma sina, não pode nem deve rir. Já não usa tantas lantejoulas, mas ainda brilha e continua a acreditar que é muito esperto. Alguns coleccionam galardões, diplomas, prémios..., ofertas que recolhem sem perceberem que não lhe são dirigidas, nem merecidas, são oferecidas...
O palhaço pobre continua mais esperto, um pouco mais pobre é certo, mas sempre que detecto um, ainda me faz rir. Dá valor a tudo, pode rir com à vontade, sabe o que quer e para onde deve ir, aprendeu a conquistar tudo o que tem, nunca ninguém lhe deu nada, nem mesmo um diploma, uma medalha ou uma distinção. Os lugares que teve foram merecidamente conquistados. Gosta da verdade, é puro, honesto, único. Vou gostar sempre deste palhaço pobre".

P.S.: No dia em que os portugueses ficaram a saber que o ex-primeiro-ministro José Sócrates vai estrear, já em Abril, um programa semanal na Televisão Pública onde aparecerá como comentador, o texto acima não podia vir mais a propósito, embora pelas piores razões. Das duas uma: ou anda tudo louco, ou então andam a gozar com o pagode. Oxalá o povo continue sereno, mas não sei não...

sexta-feira, março 15, 2013

Diz que disse o queixoso

Há já algum tempo um queixoso muito próximo do presidente da Câmara Municipal de Ourém - quem sabe se até da mesma família - dizia que, nos primeiros tempos do seu mandato, Paulo Fonseca havia visto o seu ordenado penhorado por causa de alguns negócios que correram menos bem quando ainda era um simples cidadão oureense e um mediano homem de negócios. É, por isso, que notícias destas não trazem nada de novo a uma história que, essa sim, tem algo mais para contar.
Continuava o dito queixoso a desdenhar, não se sabe se em Paulo Fonseca enquanto presidente ou como simples cidadão comum, para dizer, num tom inquestionavelmente ressabiado, que, para além da penhora do ordenado, havia também a confusão armada na secretaria da Câmara, para arranjar à pressa um NIB alternativo para o presidente poder receber o vencimento por inteiro. Após escassos meses de regabofe, parece que a coisa lá voltou à normalidade e a entrar nos eixos.


Acrescentava o queixoso, inclusivamente, que existe uma "malta estranha da zona da Freixianda", um tanto ou quanto sinistra e duvidosa, que mantém uma proximidade muito estreita com o poder local, ao ponto de ter carta branca para utilizar as zonas reservadas no parque de estacionamento subterrâneo junto ao edifício dos Paços do Concelho, para utilizar directamente o elevador privativo para aceder ao piso superior sem ter que passar pela identificação da portaria, e também para passear livremente nos corredores dos gabinetes da presidência e da vereação.
O queixoso assegurava ainda que a pressão desta "malta" sobre o presidente é enorme, que há até alturas em que este fica manietado nas suas funções e na sua autoridade, como foi o caso do pedido que ele (o queixoso) fez à Câmara, há uns tempos atrás, para que esta reduzisse o valor da licença de uma obra que tinha em construção, com a contrapartida de criar postos de trabalho, mas cuja decisão da Câmara, na pessoa da vereadora Lucília Vieira, foi uma recusa agressiva e liminar, apesar de, alegadamente, haver a possibilidade de as Câmaras Municipais poderem reduzir o valor de uma licença, com base no compromisso do requerente vir a criar postos de trabalho.
O que mais espantou e chocou o queixoso, foi o facto de o presidente o ter informado que não seria ele a analisar pessoalmente o pedido de redução da licença, mas que iria constituir uma comissão ad hoc, cuja coordenação ficaria a cargo da vereadora com o pelouro correspondente.
E se ficou espantado com a decisão fria da vereadora Lucília Vieira em recusar-lhe o pedido na cara, mais espantado e furioso ficou com a inércia do presidente em contrariar esta decisão. 
Segundo parece, o edil preferiu encomendar o serviço à sua vereadora, lavou as mãos como Pilatos e ainda assistiu de camarote à bucólica cena em que a sua serviçal diz ao (requerente) queixoso, sem modéstias e secamente, qualquer coisa deste género: "não podemos reduzir o valor das licenças, a Câmara precisa de dinheiro"! É como se a senhora acabasse por dizer: "Toma lá, ó queixoso, guarda e embrulha. Quem te manda ser guloso quando as vacas estão tão magras?".
Para compor o ramalhete e fechar o livro das queixas, era tempo de o queixoso fazer valer a ideia de que tanta trapalhada na Câmara só pode ter mesmo como "chapéu protector" e como cúmplices os "senhores do avental"!
E logo estes, sempre tão finamente letrados, tão influentes e cheios de rituais... "Qualquer dia, ainda vai tudo preso...".
queixoso, sabia, porém, perfeitamente do que falava. As suas palavras, entoadas num rosário ritmicamente encadeado e lúcido, eram bem reveladoras disso. 
Ora, diz que disse o queixoso que: "aqui jaz a podridão e o abismo".

sexta-feira, março 08, 2013

Dia internacional da mulher


Porque ainda vale a pena celebrar. Todos e em cada um dos nossos dias.
Parabéns a todas as mulheres. 
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