terça-feira, novembro 03, 2015

The lie we live

A censura de há um ano!

Para reter na memória, o texto abaixo foi censurado há um ano pelo "Jornal Notícias de Ourém", o qual constituía o sexagésimo primeiro texto da denominada "Coluna do Meio", um espaço de opinião existente naquele jornal e que foi banido das suas páginas, em tempo de democracia e contra os propósitos idealizados pelos seus fundadores.
De então para cá, este jornal não admite textos de opinião nas suas páginas, tornando-se - quiçá - no único jornal do país para quem as opiniões dos seus leitores não contam para nada!

«Ainda o IMI 2015
Têm vindo a público várias declarações políticas proferidas pela Coligação PSD/CDS, uma das quais datada de 30 de Setembro, na qual se regozijavam pela aprovação da redução da taxa de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) para 2015, dos actuais 0,375% para 0,330%, só que, ocultando deliberadamente aos oureenses o verdadeiro autor daquela proposta. Rezava assim: “Na última reunião do executivo, os Vereadores da Coligação, em conjunto com a Vereadora do MOVE, aprovaram a Taxa de 0,33% de IMI para o próximo ano”, e mais à frente refere-se que “pelo comportamento e atitudes que tem vindo a demonstrar [leia-se o Presidente da Câmara Municipal], não lhe reconhecemos autoridade moral [onde é que eu já ouvi esta expressão? Ah, já sei, foi em 27 de Setembro do ano passado] para nos qualificar de irresponsáveis, ou pôr em causa a nossa seriedade”, pode ler-se no documento tornado agora público e assinado pelos vereadores da Coligação.
Acontece que, para haver justiça naquilo que se afirma, a Coligação deveria ter escrito algo do género: “Na última reunião do executivo, o vereador do MOVE, em conjunto com os vereadores da Coligação, aprovaram a Taxa de 0,33% de IMI para o próximo ano”, proposta que foi apresentada pelo primeiro e não pelos segundos. Por outro lado, valha-me Deus, Vítor Frazão é um vereador e não uma vereadora. Até tem bigode e tudo. É um “lapso” grosseiro e ofensivo, o que me leva a pensar que Vossas Excelências só podem estar doidas. Acresce que a única proposta para redução do IMI a ser votada e aprovada na Reunião da Câmara Municipal foi a do MOVE. Os vereadores da Coligação, se tinham alguma proposta, não chegaram sequer a apresentá-la, ou melhor, limitaram-se a ventilá-la para a Comunicação Social. A verdade é que, na sala, após segredarem uns com os outros, colaram-se ao MOVE e votaram favoravelmente a proposta apresentada por Vítor Frazão. Ora, se os oureenses, com esta decisão, vão pagar menos IMI no próximo ano, o que obviamente não deixa de ser uma boa notícia, isso deve-se ao MOVE e a Vítor Frazão.
Todavia, parece bom de ver que a Coligação cometeu neste episódio mais uma argolada monumental, o que não deve ter agradado sobremaneira ao alegado “timoneiro” do barco. Já não bastava Luís Albuquerque ter arrastado os social-democratas para as tormentas e para a pior derrota eleitoral desde 1979 [pois que é bom não esquecer que o PSD, ainda por cima, concorreu coligado com o CDS nas últimas eleições autárquicas, e se subtrairmos aos 38,37% dos votos obtidos pela Coligação em 2013 os 4,55% alcançados pelo CDS em 2009, sobram-nos apenas 33,82%, resultado este que só encontra paralelo nas eleições de 1976 (31,73%) e 1979 (28,88%), as últimas das quais, curiosamente, tendo como cabeça de lista do PSD à Câmara o Prof. Mário Albuquerque], dizia eu que se já era bastante este cataclismo no partido, vem agora mais uma vez o filho Luís desferir novo golpe, ao ter-se colado ao MOVE na questão do IMI, ao invés de se tentar demarcar de Vítor Frazão e fazer prevalecer a(s) sua(s) proposta(s). E para quem tanto acusava o MOVE de se colar ao PS, parece que é agora o PSD que se quer colar ao MOVE! Surpreendente, não acham? Pois é, mas pela boca morre o peixe. Ou será que é mesmo uma simples questão de amor platónico?!
Em jeito de conclusão, notar que, para o bem ou para o mal, foi Vítor Frazão quem apresentou a proposta de redução do IMI para o próximo ano, e não a Coligação PSD/CDS. Depois, ao tentar-se ludibriar e encobrir deliberadamente o autor da proposta, quer-se com isso fazer um aproveitamento político e reclamar a paternidade de uma coisa que não é sua (o que, de resto, é bem demonstrativo da alegada seriedade que tanto se apregoa). Finalmente, refira-se ainda que “à mulher de César não basta ser séria, tem também de parecer séria”.»

Cada um que tire as suas próprias conclusões.
Eu já tirei as minhas!
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