segunda-feira, outubro 15, 2018

Intervenções dos eleitos do MOVE na Assembleia Municipal

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE OURÉM

28/09/2018

"Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Caros colegas desta Assembleia,
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Ourém,
Excelentíssimos Vereadores,
Comunicação Social,
Público Presente,
E porque ontem foi o dia do turismo, e olhando ao detalhe e para as assimetrias do nosso concelho, realçava, de facto, a dimensão que Fátima tem para todos nós, em particular Portugal e o Mundo em geral…
Conseguimos uma performance de crescimento seja nos empregos, onde há uma nítida falta de mão-de-obra, em todos os sectores, seja na sua influência directa a nível regional, com um raio alargado, talvez superior a 100kms em seu redor, influenciando empresas e sectores de actividade de todas as espécies, assim como de todas as vertentes.
Temos tido a virtude de conseguir aumentar a população residente, facto que contraria outras freguesias ditas importantes deste concelho!
Possuímos uma das atracções turísticas nacionais mais dinâmicas, e somos responsáveis por mais de 20% das dormidas e consequentes actividades económicas da região centro…
Ora, no entanto, nota-se uma ausência de qualquer estratégia de turismo, por parte dos executivos camarários que têm passado pelo concelho, ficando-se por umas geminações de caracter subjectivo, assim como os seus resultados práticos, muitas vezes questionáveis, ou então, com umas missões, muitas delas desacompanhadas de quem lida na área de negócio, sem qualquer relatório das virtudes ou objectivos de facto definidos a médio ou longo prazo!
No entanto, ao longo dos tempos, a divulgação da imagem de Fátima, com os resultados comerciais claramente visíveis, tem estado entregue aos empresários fatimenses, com a sua dinâmica deveras invulgar, sentido comercial apurado e incansáveis, com todos os custos inerentes, sejam financeiros, sejam pessoais ou familiares, sejam eles agentes ou hoteleiros…
Mas, adicionaria o especial destaque, nesta época da internet, para demonstrar esta ausência de estratégia, reflectida na inexistência de um site oficial de turismo do concelho, gestão de redes sociais e promoção efectivamente profissional para que quem quer que seja, onde quer que seja, consiga facilmente aceder a um nível de informação superior, completo e intuitivo, bem como o novo logotipo municipal, assumido por este executivo, onde oculta integralmente o aspecto religioso deste concelho!
Somando a isto, convido-vos a visitar o posto de turismo de Fátima, de facto fácil de encontrar quando não está tapado por autocarros estacionados, e a olharem com atenção para um cubo de gosto duvidoso, exposto no seu exterior, e para a informação que lá consta, e as imagens que o decora… Será uma surpresa! Triste, lamentavelmente!
No entanto, apesar disto, ontem fomos brindados pelo Sr. Presidente da Câmara com a informação de que no próximo ano seriamos contemplados com uma taxa turística, para reforçar o que quer que seja, pois todos sabemos, com base no histórico do desempenho das benfeitorias camarárias em Fátima, se qualquer coisa for feita será “in extremis”…
A título de exemplo, na Cova da Iria, Fátima “velha” ou Aljustrel, não há uma casa de banho pública, efectivamente pública!
Fátima, que só no ano passado, atípico, sim, mas recebeu mais de 9,4 milhões de pessoas, segundo os dados do Santuário, tendo uma média anual normal, superior a 5 milhões de visitantes… Ora, esta taxa, apresentada a frio, sem qualquer discussão, talvez com um pensamento de que nos outros lados tem corrido bem, aqui também correrá e pelos valores apresentados, reforça claramente a ideia da ausência de conhecimento no terreno, das dificuldades que os hoteleiros têm em aplicar preços que lhes compensem de facto a operação; mostra um claro desconhecimento que os invernos ainda são compridos, onde, para haver ocupação, essa mesma se baseia num preço muito atractivo face a outros locais, que justifica a deslocação de autocarro…
Para que tenhamos uma ideia mais concreta do que falamos, no famoso ano de 2017, o do centenário, onde se fazem referência aos milhares de noites vendidas, aos milhões de visitantes, às ocupações hoteleiras fantásticas, pois, fantásticas… mas o resultado final fica-se por uma ocupação média de 40%/ano!
Atrasando um ano, para 2016, o ano da expectativa, 30%, e, para este ano, contrariando as expectativas mais positivistas, talvez uma quebra de 20/25%, mas, face a 2016….
Será que Fátima, sem praia, sem estacionamentos, sem serviços públicos complementares, sem ligações condignas entre os pontos importantes da sua história, com acessos vergonhosos, seja para os residentes, visitantes, e, talvez mais ainda, para qualquer governante!
Estará, de facto, Fátima preparada para mais uma taxinha?"

Filipe Mendes
MOVE - Movimento Independente
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