sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Patrão versus empregado

Dados oficiais apontam para uma taxa de apenas 9% de empregadores licenciados em Portugal, contra uma média de 27% na União Europeia e de 28% aqui ao lado, na vizinha Espanha.
É um dado curioso que pode ajudar a compreender a razão por que batalhamos tanto no aumento da competitividade do país, mas, ao contrário do que seria suposto, a apologia a esse esforço é feita, recorrentemente, à custa da redução dos salários dos trabalhadores e não através do aumento da produtividade, ou seja, do número de horas que cada trabalhador factura à empresa no tempo disponível que tem para trabalhar.
A falta de qualificações dos patrões no nosso país parece ser, portanto, um factor determinante para o sucesso das nossas empresas, sobretudo das micro, pequenas e médias empresas (PME), que são o universo do tecido empresarial português (segundo dados do INE, em 2008 existiam em Portugal 349.756 micro, pequenas e médias empresas, representando 99,7% das sociedades do sector não financeiro).
Já pelo lado dos trabalhadores a realidade é bem diferente. Segundo dados do INE, o número de trabalhadores com formação superior tem vindo gradualmente a aumentar, havendo, no segundo trimestre de 2012, 949 mil trabalhadores empregados com um curso completo do ensino superior, o que equivale a 20,2% do total da população empregada
Não haverá em Portugal uma relação de causa e efeito entre as qualificações académicas de empregadores e trabalhadores e a fraca competitividade das nossas empresas e da nossa economia?

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