domingo, setembro 12, 2021

Temos a obrigação de reequilibrar o concelho

Os recentes números dos Censos apenas vieram demonstrar o que todos nós já sentíamos – a dramática quebra de população nas nossas freguesias rurais. A maioria das freguesias viu a sua população cair mais de 10%! Em sentido inverso temos Fátima, e de uma forma menos pronunciada, também Ourém.
Temos assim, no nosso concelho uma espécie de “Interior” que definha e um “Litoral” que prospera. Temos que lutar por um reequilíbrio… um reequilíbrio feito pela positiva e não pela negativa. Fazer um reequilíbrio pela positiva significa atuar para que as cidades de Ourém e de Fátima continuem a prosperar (se possível ainda mais), mas não deixar para trás as restantes freguesias, deixando que estas se tornem cada vez mais um retrato da desolação, do abandono.
Esta é uma situação que não é nova, mas tem-se acentuado nos últimos 10 ou 15 anos. Mas isto não é uma inevitabilidade. Basta que passemos a olhar para as nossas freguesias rurais não como um “fardo” para o concelho, que não contribui com nada e onde se tem que gastar dinheiro em estradas. Há que fazer muito mais… há que alterar esta visão redutora da ruralidade.
Há que descobrir os aspetos em que as nossas aldeias têm vantagens e utilizá-los, melhorando-os e complementando-os, de forma a criar atrativos para a fixação de população jovem e dinâmica… e há tantos fatores que podem ser potenciados… e há tantas formas de atrair e manter os jovens nas nossas aldeias.
Há que dar esperança e alegrias aos mais velhos, cumprindo um papel do qual uma Câmara Municipal ou uma Junta de Freguesia não pode fugir. Os nossos idosos não necessitam apenas de lares, que na cabeça deles são apenas o local onde se espera pela morte… necessitam de alegria; necessitam da segurança de acesso fácil a serviços de saúde; necessitam de segurança; necessitam de carinho.
Todos têm a ganhar com um concelho mais equilibrado… há que fazer muito mais para que o Concelho de Ourém não perca a sua identidade, transformando-o num território onde todos gostem de viver, seja na cidade, na vila ou na aldeia.

Paulo Nunes
Apoiante de Ourém, apoiante dos Oureenses, apoiante do MOVE.
Freguesia de Rio de Couros e Casal dos Bernardos

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