sexta-feira, janeiro 29, 2021

Movimentos Independentes: os parentes pobres da democracia


Costumo dizer que os movimentos independentes (ou grupos de cidadãos eleitores) são os parentes pobres da democracia. Isto porque não têm os mesmos direitos que os partidos políticos, embora a Constituição da República Portuguesa lhes reconheça a possibilidade de apresentarem candidaturas aos órgãos das autarquias locais, realidade que, pese embora importante, está ainda aquém daquilo que, a mesma Constituição, reconhece aos partidos políticos. Por exemplo, os movimentos independentes não podem apresentar candidaturas à Assembleia da República, o que já de si constitui uma enorme diferença em relação aos partidos do chamado “sistema”.

Como se isto não bastasse, as clivagens são ainda maiores do ponto de vista da organização das próprias candidaturas, com a lei a exigir aos movimentos independentes a necessidade de recolherem assinaturas sempre que apresentam uma candidatura autárquica. Assim, enquanto os partidos só o fazem uma única vez, aquando da entrega do processo para a sua legalização junto do Tribunal Constitucional, os movimentos independentes, por seu lado, têm que o fazer obrigatoriamente sempre que há eleições, ou seja, de quatro em quatro anos lá recomeça outra vez o longo calvário.

Mas as diferenças não se ficam por aqui. Quem nos dera que assim fosse. A realidade é outra, e muito mais penosa. De facto, em Agosto passado, o chamado “bloco central” (PS e PSD), cozinharam uma lei (da iniciativa do PSD, concertada com o PS e com a anuência de todos os partidos com assento parlamentar, à excepção do PCP que se absteve na votação), promoveu uma alteração à lei eleitoral das autarquias locais – sob o alto patrocínio do Presidente da República –, um processo que decorreu à socapa enquanto o país estava de férias e mais preocupado com a pandemia, cujas alterações vieram cavar ainda mais as diferenças entre os partidos e movimentos de cidadãos.

Estas novas alterações vieram fragmentar ainda mais os movimentos independentes, ao ponto de um mesmo grupo de cidadãos eleitores, com candidaturas a todos os órgãos autárquicos do concelho (câmara, assembleia municipal e assembleias de freguesia), como é o caso do MOVE, estar agora impedido de se candidatar às treze assembleias de freguesia sob a mesma denominação, sigla e símbolo, tendo agora a obrigação de se partir em treze novos movimentos independentes para poder concorrer nas freguesias. Ora, se isto não é querer deliberadamente retalhar os movimentos independentes, partindo-os aos bocadinhos e causar ainda mais confusão nas pessoas, então não sei o que lhe devo chamar…

Mais: o tribunal competente para a recepção dos processos de candidatura, onde se incluem, entre outros documentos, as folhas de assinaturas, e graças à alteração feita em Agosto passado, tem agora a obrigação de promover sempre a verificação, pelo menos por amostragem, da autenticidade das assinaturas e da identificação das pessoas que assinaram. Significa isto que, por exemplo no caso da Freguesia de Alburitel, onde é necessário recolher 50 assinaturas para que um movimento possa apresentar uma candidatura, se o juiz tiver acordado maldisposto, pode, no limite, pedir que as 50 assinaturas sejam reconhecidas notarialmente, com os encargos que esse reconhecimento acarreta e num espaço de tempo de apenas dois dias úteis! Repliquemos esta obrigatoriedade nos quinze órgãos autárquicos do concelho (em que só para a câmara e assembleia municipal são necessárias cerca de 1300 assinaturas, sendo que no limite terão de ser todas reconhecidas) e já temos a noção da enormidade desta injustiça e, mais do que isso, da desigualdade entre partidos e movimentos de cidadãos. Isto para já não falar da flagrante inconstitucionalidade de que enferma esta lei aberrante.

Para o quadro negro ficar ainda mais completo, há ainda que destacar o tratamento desigual com que a lei favorece os partidos políticos em detrimento dos movimentos independentes. Eis alguns exemplos desta dualidade de critérios:

- Os partidos não estão sujeitos a IRC;

- Os partidos beneficiam ainda de isenção dos seguintes impostos:

a) Imposto do Selo (IS);

b) Imposto sobre Sucessões e Doações;

c) Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, pela aquisição de imóveis destinados à sua actividade própria e pelas transmissões resultantes de fusão ou cisão (IMT);

d) Imposto Municipal sobre Imóveis, sobre o valor tributável dos imóveis ou de parte de imóveis de sua propriedade e destinados à sua actividade (IMI);

e) Demais impostos sobre o património previstos no n.º 3 do artigo 104.º da Constituição da República Portuguesa;

f) Imposto Automóvel nos veículos que adquiram para a sua actividade (IA);

g) Imposto sobre o Valor Acrescentado, não só na aquisição e transmissão de bens e serviços que visem difundir a sua mensagem política ou identidade própria, através de quaisquer suportes, impressos, audiovisuais ou multimédia, incluindo os usados como material de propaganda e meios de comunicação e transporte, sendo a isenção efectivada através do exercício do direito à restituição do imposto, como também nas transmissões de bens e serviços em iniciativas especiais de angariação de fundos em seu proveito exclusivo, desde que esta isenção não provoque distorções de concorrência (IVA);

h) Isenção do pagamento de taxas de justiça e de custas judiciais.

Por outro lado, como o legislador é quem mais ordena (e o povo que se aguente nas “canetas”), chega-se ao cúmulo do absurdo de a lei considerar extintos os movimentos independentes logo após as eleições! Ora, como felizmente são cada vez mais os autarcas eleitos pela cidadania, a verdade é que, na prática, todos estes milhares de autarcas eleitos pelos movimentos independentes por esse país fora é como se ficassem órfãos de pai e mãe, sem uma entidade legítima que lhes dê o devido enquadramento. Então pergunta-se: os autarcas independentes estão nos órgãos autárquicos afinal a representar quem? Claro que estão a representar os eleitores, mas sob a orientação de quem? Serão os movimentos independentes uma espécie de “barriga de aluguer” que, depois de parir, são eliminados como produtos descartáveis?

Neste quadro absolutamente aterrador, que espelha o medo dos partidos face ao crescimento que os movimentos independentes estão a ter na sociedade portuguesa, resta-nos fazer um apelo à cidadania, para que estas diferenças se esbatam cada vez mais e os grupos organizados de cidadãos possam concorrer em pé de igualdade com os partidos na luta pelo bem-estar da sociedade. Por que razão terá de ser assim? Porque a democracia não pode ser unicamente representada pelos partidos nem um exclusivo desses mesmos partidos, mas antes uma dinâmica natural que brota da liberdade e da vontade consciente das pessoas.

João Pereira
Vice-presidente do MOVE

quarta-feira, janeiro 27, 2021

Fiquemos em casa e salvemos Portugal


Mais do que analisar os resultados das Presidenciais (que já lá vão) ou falar das Autárquicas de Outubro próximo (das quais daremos nota, brevemente), É IMPERIOSO E URGENTE AJUDAR A SALVAR PORTUGAL.

A catástrofe pandémica que afronta o mundo, não poupando Portugal, cujos números de infetados e mortes ascendem a records jamais vistos, faz temer a asfixia do (SNS) Serviço Nacional de Saúde.

E disso, tenho medo! Não sou cobarde em afirmá-lo!

Agora, neste cantinho à beira mar plantado, com a proliferação das várias estirpes do coronavírus, importa, - isso sim -, que demos as mãos e nos unamos em solidariedade mais do que ralhar, criticar, manifestar ou invocar teorias, à revelia da ciência e da medicina.

E como reagir perante o comportamento daqueles - os prevaricadores - que, com laivos de balofos conhecimentos e inconsciente superioridade, desprezam a doença e fomentam os contágios que levam a morte bater(nos) à porta?

SE CADA UM DE NÓS NÃO SE RESPEITAR A SÍ PRÓPRIO E AO PRÓXIMO, não há multas que amedrontem, não há polícia que vigie, não há profissionais de saúde que resistam, não há bombeiros que aguentem, não há morgues que alberguem, não há velórios do Adeus, não há missas fúnebres que se celebrem, nem há coveiros que enterrem os mortos.

Cumpramos com as regras da DGS e cerremos fileiras, contribuindo (com a nossa quota parte) para que as economias locais e nacionais mantenham a empregabilidade e, assim, evitemos que O NOSSO POVO, sem trabalho e com fome, seja o reflexo dum país empobrecido, moribundo e em vias de ruir.

O MOVE – Movimento Independente dará o seu contributo.

Vítor Frazão
Presidente do MOVE – Movimento Independente

quarta-feira, janeiro 20, 2021

Há ouro nos caixotes do lixo

"Há ouro nos caixotes do lixo"

É um ditado popular francês, mas também é a nossa realidade.
Encontramo-nos em tempo de pandemia, mas nem por isso devemos deixar de olhar para os números do desperdício alimentar.

É preocupante saber que todos os anos milhões de toneladas de comida são deitadas ao lixo. No mundo, um terço da produção alimentar é desperdiçada, enquanto um sexto da população passa fome. Só em Portugal o desperdício alimentar anual, ronda um milhão de toneladas.

Em Ourém não somos exceção, pesquisei, mas não consegui encontrar números, mas basta olhar para o lado e perceber que temos muito a fazer.

Dados apontam para que sejam as famílias a desperdiçar mais, embora se verifique desperdício desde o produtor ao consumidor. As famílias portuguesas desperdiçam em média 6,5kg de alimentos por mês. Uma família desperdiça 80 kg de comida por ano.

Evitar que a comida vá para o lixo é um dever de todos, muito já se faz, mas ainda há muito mais a fazer.

O nosso desperdício alimentar também contribui para o aquecimento global, este fenómeno ameaça provocar graves danos ao planeta. Quem o diz é a ONU: “…só o desperdício de alimentos causa 10% dos gases de efeito estufa”.

Portanto é urgente que modifiquemos a nossa forma de pensar e agir perante esta situação, para que assim a possamos reverter o quanto antes.

Há já alguns anos que existem cada vez mais aplicações a trabalhar neste sentido, app gratuitas que permitem aos consumidores comprarem, a baixo preço, os excedentes de comida dos restaurantes, cafés e padarias, mercearias e também de lojas, como floristas que aderiram e não conseguiram vender ao longo do dia.

Por aqui no nosso concelho já existem vários comerciantes que aderiram, é de louvar, pois neste sentido não só evitam o desperdício, como não perdem todo o dinheiro desses produtos, como também ajudam famílias que não teriam posses para comprar de outra forma.

É urgente juntarmo-nos também nós a esta luta, quer ao sermos comerciantes, quer como consumidores.

Como comerciantes, podem recuperar parte do dinheiro investido, como consumidor podem ajudar no sentido de não existir tanto desperdício.

Neste sentido, está a ser projetada uma app que nos ajudará:

1 - Aos comerciantes a escoarem os “restos” (que são comida boa) que iam deitar ao lixo. Será uma aplicação, a nível do concelho, pois seria mais direcionada para as nossas necessidades.

2 - Ourém tendo tantas famílias a precisar de ajuda e ainda para mais nesta situação de COVID, poderíamos fazer com que fosse dado estes “restos” às pessoas carenciadas no final do dia, a quem for buscar, com consciência.

3 - Aos agricultores e produtores a mesma aplicação faz a ponte entre vizinhos. Do género, se alguém tem excedente de algum produto como fruta, legumes, vinho de produção própria ou outros produtos, por exemplo roupas, brinquedos, móveis, poderiam oferecê-los através de um anúncio na app.

É tempo de questionar a necessidade de fazer mais dinheiro com o que vai para o lixo e ou existir mais entreajuda no nosso concelho, cidade ou freguesia.

Para além de mexer com a economia e com a miséria mundial, o desperdício alimentar também traz mudanças climáticas para o planeta e como consequência muitos mais problemas para nós.

Em 2015 os alunos do 10º A da Escola Básica e Secundária de Ourém, no âmbito do Projeto a Terra, fizeram este vídeo. É interessante ver como os jovens se interessam por estas causas e juntando-nos a eles de certo conseguiremos projetos maravilhosos.

https://www.youtube.com/watch?v=DMrIP_ZiCKI&feature=share

Webgrafia:

https://visao.sapo.pt/atualidade/ambiente/2019-12-06-3-apps-e-7-dicas-para-combater-o-desperdicio-alimentar/?fbclid=IwAR3ZYTB_P0pEbtdM5aBcqv4MR8hJeM6l_nMx1vm5sx4yH7q-J2NSj-lIMaQ

https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/desperdicio-de-alimentos?fbclid=IwAR285dSJrRa81A5IUK5YIl9n4FJwQz9XLT_PWSfnaU6K5-E2uBwZg9Ogu2k

https://www.publico.pt/2019/10/29/p3/noticia/chegou-a-portugal-a-too-good-to-go-a-app-que-combate-o-desperdicio-alimentar-1891615?fbclid=IwAR0qBVVUck78GYr4f3tF1RmzmFO6xSaM-jLflh8ccxARiKQOmkzQXk6ZnZ4

Sandra Vieira
Apoiante do MOVE - Movimento Independente
Freguesia de Seiça

domingo, janeiro 17, 2021

O Turismo no Concelho de Ourém, desafios e oportunidades

Discussão Pública - Plano de Turismo + Sustentável 20-23

Visão estratégica do MOVE – Movimento Independente

O MOVE – Movimento Independente está preocupado com a situação de todos os setores económicos do nosso Concelho, com realce para o turismo, que não tem sido suficientemente reconhecido.
Na nossa modesta opinião, falta uma estratégia de gestão neste setor, que possa alterar a sazonalidade a que está sujeito, interligar o turismo religioso ao ecoturismo, colocar Ourém na rota de circuitos turísticos, como a rota dos templários, e incluir todo o concelho em regiões demarcadas pelo património e cultura!
O fenómeno religioso de Fátima deverá ser um eixo basilar que, alicerçado numa dinâmica turística, atraia maior afluência de peregrinos motivados pelo apelo da fé, e assim contribua para o desenvolvimento sustentado do nosso Concelho.
A pandemia veio demonstrar as consequências da fragilidade deste setor, tão importante. Por isso, o MOVE acredita que é tempo de preparar o futuro, de forma sustentável, a nível económico e ambiental, pois a procura turística é cada vez mais exigente.
A visão da Estratégia Turismo 2027 assenta na afirmação do “Turismo como hub para o desenvolvimento económico, social e ambiental em todo o território, posicionando Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo”.
O Pacto Ecológico Europeu salienta a importância do comprometimento e envolvimento de todos os setores de atividade, nomeadamente o do Turismo pela sua importância estratégica.
Queremos georeferenciar o Concelho de Ourém como um destino seguro e projetá-lo lá fora, aproveitando a mais-valia de Fátima, enquanto 3º destino de turismo religioso mais visitado do mundo.
É tempo agora de nos adaptarmos - proactivamente - às novas exigências, desafios e oportunidades.
O Turismo de Portugal lançou o "Plano Turismo + Sustentável 20- 23".
Alinhado com os objetivos da Estratégia Tu​rismo 2027 e da política de retoma do setor pós COVID-19, o projeto tem presente a importância de Portugal poder reforçar o seu posicionamento e competitividade, colocando o enfoque na economia circular e na sustentabilidade ambiental.
Este plano está em consulta pública até dia 26 de Janeiro do corrente ano.

Pode ser consultado no link: http://business.turismodeportugal.pt/SiteCollectionDocuments/sustentabilidade/plano-turismo-mais-sustentavel-20-23-pt.pdf

O MOVE – Movimento independente está a elaborar uma proposta que se adapte da melhor forma à realidade do nosso Concelho, mas sobretudo à sua potencialidade que consideramos estar subvalorizada!
Entendemos que esta proposta deve incluir o sentir dos agentes económicos e investidores desta atividade!
Nesse sentido, caso haja interesse, estamos recetivos a que nos contactem, via email (move.movimentoindependente@gmail.com), para que possamos incluir na nossa proposta, que se pretende dinâmica e expansionista, o vosso tão valioso feedback ao nível da vossa experiência, investimento e dedicação!
Pedimos que nos façam chegar qualquer dúvida, sugestão, parecer e/ou preocupação até ao próximo dia 22 de Janeiro!
O MOVE está, verdadeiramente, empenhado nesta matéria e prometemos fazer o nosso melhor.

A Direção do MOVE – Movimento Independente



sexta-feira, janeiro 15, 2021

Pela esperança que nos MOVE

Na expetativa de que temos que evoluir, vamos depositar a esperança nas gerações futuras sem nunca nos esquecermos das nossas origens. É com este princípio que decidi aceitar tonar-me apoiante do MOVE – Movimento Independente, para contribuir para um futuro melhor para a vila de Caxarias.

Porque não consigo continuar a assistir à estagnação de uma das mais promissoras vilas de Portugal, sinto que chegou a hora de lutar por aquilo em que acredito, com espírito crítico, construtivo e empreendedor, com o apoio da população e em defesa dos valores que nos unem.

É com esta convicção que vejo novas oportunidades para uma freguesia que precisa de crescer social, económica e ambientalmente. Dar voz ao povo de Caxarias, sem esquecer todos os cidadãos que, independentemente de terem ou não ligações diretas à terra, se encontram dependentes da mesma, ou são simpatizantes.

É com grande orgulho que, em várias ocasiões da minha atividade profissional, quando me cruzo com pessoas por este país fora, e digo que sou de Caxarias, perto de Fátima. Existe, muitas vezes, a referência, para meu espanto, da seguinte frase “sei onde fica, por acaso conhece a pessoa ou a família tal…Ainda existe a empresa...Ainda se come bem…”

Pequena em dimensão, Caxarias é uma vila reconhecida, e apesar de estar convicto que as suas potencialidades ainda não foram devidamente exploradas, acredito que fazem parte dela cidadãos empenhados em não a deixar parar no tempo e torna-la um lugar mais agradável para viver e reviver.

Tenho esperança numa vila em que todos teremos orgulho.

Paulo Sousa
Apoiante do MOVE – Movimento Independente
Freguesia de Caxarias

terça-feira, janeiro 12, 2021

Valor

Como alguns de vós saberão, sou economista de formação e consultor de empresas de profissão, e isso dá-me alguma sensibilidade para falar de valor… e é disso que falarei hoje aqui.

Começo por dizer que a noção de valor é das mais difíceis de explicar. Há muitas vezes a tendência para definir valor pela sua tradução em termos monetários. Contudo, esta é uma forma muito reduzida e limitada de noção de valor. Quanto é que algo vale para mim não tem que ter necessariamente uma tradução monetária, em Euros. O valor sentimental é o caso mais evidente de um tipo de valor sem tradução ou de muito difícil tradução monetária.

E porque trouxe este tema para aqui? Para poder referir áreas, coisas, ou locais de grande valor para cada um de nós, e que muitas vezes é esquecido ou desvalorizado. Esquecido porque muitas vezes se esquece que o valor não monetário pode ser muito maior do que o valor monetário. Vou centrar-me aqui em dois exemplos gerais e muito abrangentes: o património e a cultura.

Património: uma escola primária desativada no meio de uma pequena aldeia, uma fonte no meio do campo ou à beira da estrada, uma capelinha ou um cruzeiro, tem por vezes um valor extraordinário para as pessoas daquela aldeia ou daquela freguesia. Os poderes autárquicos são muitas vezes tentados a “olhar” apenas para o que é mais visível, mais grandioso, e a esquecer o menos visível, escondido na pequena aldeia, mas que para as gentes daquele local vale tanto como se um grandioso e histórico monumento se tratasse. Para o habitante de uma pequena aldeia, uma pequena fonte onde tantas vezes matou a sede, tem o valor de uma catedral.

Cultura: muitas vezes reduz-se o conceito de cultura a uma área muito específica e limitada – a cultura de cariz mais erudito, onde se juntam as artes. Esquece-se assim toda a cultura genuína das pessoas comuns, do povo, a cultura das tradições, do folclore. Cultura é também os arraiais, os cortejos, os bailaricos, os ranchos folclóricos, os jogos tradicionais, a gastronomia típica do povo, as feiras, o artesanato, as descamisadas, as vindimas, o nosso vinho medieval feito em cada casa. Qual o valor que se perde se não se preservar esta cultura tão nossa. Uma sinfonia do melhor compositor, um bailado dos melhores bailarinos, um quadro do pintor mais famoso, uma representação teatral dos melhores atores, são sem dúvida coisas grandiosas, de valor incalculável. Mas para a pessoa comum, é igualmente grandioso e de valor incalculável escutar uma banda filarmónica, assistir à atuação do rancho folclórico, assistir a uma representação de miúdos lá da aldeia…

Não quero de forma nenhuma dizer que o que é erudito, ou o que é património grandioso, não deva ser incentivado, preservado, enriquecido, apoiado. O que quero dizer é que também deve ser igualmente incentivado, preservado, enriquecido, apoiado, o que do ponto de vista da pessoa comum é também grandioso e com valor incalculável.

Paulo Nunes
Apoiante de Ourém, apoiante dos Oureenses, apoiante do MOVE
Freguesia de Rio de Couros e Casal dos Bernardos

segunda-feira, janeiro 11, 2021

Dr. Carlos Vaz Faria de Almeida


Neste artigo damos a conhecer as gentes da terra. No caso, o Dr. Carlos Vaz Faria de Almeida. Nascido na Quinta da Esperança; com 24 anos, foi presidente da Junta do Olival. Mais tarde, entre 1966 e 1974 assumiu funções como Presidente da Câmara de Ourém.
O Dr. Carlos, como é conhecido pelas gentes mais antigas do Olival, deixou marcas de progresso notáveis no Concelho:
Criação da Escola Industrial e Comercial de Ourém;
Criação de uma secção de Liceu de Tomar que mais tarde viria a ser a Escola Secundária de Ourém;
Apoiou a primeira rede de transportes escolares ao nível do concelho possibilitando assim o acesso de todos os munícipes à Escola Secundária de Ourém;
Foi elemento ativo na aquisição de apoios para a Casa da Criança, à qual tinha uma grande ligação e afecto;
Projecto para valorização da bacia hidrográfica de Formigais;
Criação de uma maior rede de estradas rurais;
Estendeu a rede eléctrica a todo o concelho;
Promove apoios sociais para as populações rurais;
Efectua obras de reparação em escolas degradadas das Aldeias;
Implementou o Fundo Social dos Trabalhadores da Câmara Municipal.
Ourém, pelas mãos do Dr. Carlos, foi o primeiro concelho a adquirir uma caterpilar para trabalhos camarários.
Lutou pela criação de um aeroporto em Fátima e ao que consta tê-lo-ia conseguido não fossem as mudanças políticas provocadas pelo 25 de Abril. Diz a documentação que este aeroporto estaria a ser planeado para ser construído no Olival, concretamente planalto da Barrocaria; onde havia muito espaço e ventos favoráveis.
De facto uma notável obra, realizada com as dificuldades que existiam há 40 anos atrás.

Referência bibliográfica:
“Olival a terra e o povo” de David Simões Rodrigues

Ricardo Ribeiro
Membro do MOVE - Movimento Independente
Freguesia de Gondemaria e Olival

quinta-feira, janeiro 07, 2021

Já não basta meter água, agora é o pandemónio da Be Water


NOTA DE IMPRENSA N.º 18 - 07-01-2021

No Concelho de Ourém é latente uma profunda insatisfação popular face à postura da BE WATER no que concerne à leitura dos contadores, ao processamento e incompreensão da faturação e sobrefaturação, “ao que consta”, muita dela debitada em exagero e paga através de Débito Direto, e ainda ao nível dos cortes do fornecimento da água.

Não se entende por que é que a Câmara só agiu agora e a reboque da insatisfação dos Oureenses.

Neste contexto, o MOVE – Movimento Independente, SOLICITA que:

a) A CÂMARA MUNICIPAL PROMOVA, com caráter de urgência, UMA AUDITORIA às contas da BE WATER, com reflexo nas da Empresa Intermunicipal TEJO AMBIENTE onde “possam ter sido feitas cobranças abusivas no saneamento”.

b) Caso se venham a comprovar irregularidades, os Munícipes, urgentemente, sejam ressarcidos.

A Pandemia que, infelizmente, atormenta o mundo e persiste em debilitar os setores produtivos da economia e, consequentemente, enfraquecer as populações, com incidência nos mais vulneráveis (idosos, empresas que ruíram e desempregados) não pode ser usada como um cavalo de batalha para alterar e adulterar leis, explicar erros humanos e técnicos, justificar aumentos, adiar esclarecimentos e explicações, permitir incorreções nos procedimentos, e muito menos burocratizar os processos.

A Direção do MOVE – Movimento Independente

quarta-feira, janeiro 06, 2021

A sinalização viária na união de freguesias de Matas e Cercal


Quem circula pelas estradas desta União de Freguesias testemunha a falta de sinalização viária que coloca em risco de acidente não só os automobilistas, como os próprios cidadãos.
A sinalização viária vertical (sinais) e horizontal (passadeiras) é fundamental para garantir a segurança das pessoas que, diariamente, por aqui passam em todas as direções.
Neste contexto e com sentido construtivo, solicito às autoridades autárquicas que levem a efeito o levantamento dos pontos mais críticos e providenciem pela sua sinalização.
A população agradecerá!

Matilde Ferreira
Membro do MOVE – Movimento Independente
Freguesia de Matas e Cercal

sábado, janeiro 02, 2021

Participação de Ourém no Plano de Turismo + Sustentável 2020-2023 e convite à participação pública

O MOVE visa implementar, no concelho de Ourém, uma estratégia concreta de desenvolvimento sustentável do ponto de vista econômico, social, cultural e ambiental.
Não temos dúvidas que a questão da sustentabilidade terá de ser definida e alicerçada no património histórico e cultural, nos recursos ambientais e paisagísticos, na agricultura e floresta, no empreendedorismo e, claro, no turismo.
Promove a economia circular e de proximidade, visa a eficiência energética, diminui o desperdício e, criando redes de apoio aos agentes económicos do nosso concelho, cimenta o emprego e a valorização dos recursos.
Estamos, por isso, atentos, informados e participativos para estudar as mudanças que, sentindo-se de forma tão abrupta, também trazem oportunidades. Por isso, definitivamente, é imperioso que se construam estratégias que consolidem e direcionem o desenvolvimento do nosso Concelho e o afirmem como um território vivo e saudável!

O Turismo de Portugal apresentou o Plano de Turismo + Sustentável 2020-2023, que se encontra em discussão pública até 26 de Janeiro de 2021!

Serve este post para informar os Ourienses que o MOVE está a trabalhar para apresentar uma proposta de certificação do Concelho de Ourém como um destino turisticamente competitivo, seguro e sustentável!

Nesse sentido, muito em breve, comprometemo-nos a abrir um espaço de informação e debate público, direcionado aos vários agentes económicos e promotores turísticos para que, ouvindo as suas necessidades, possamos integrá-las na nossa proposta de programa eleitoral. Desta forma rentabilizar-se-ão os recursos e os investimentos, tão importantes para o nosso Concelho, nomeadamente na hotelaria e restauração.
O Plano em discussão, pretende promover ações que visem alcançar os objetivos da estratégia Turismo 2027 e da Política de retoma do setor pós Covid 19.
Pretende-se preparar o sector para as exigências das novas diretrizes e orientações nacionais e comunitárias, em curso, no âmbito da economia circular e de sustentabilidade.

O PLANO TURISMO + SUSTENTÁVEL 20-23 foi estruturado em torno de 6 princípios orientadores:

- Atuar com foco nos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) das Nações Unidas;
- Atuar na minimização do impacto das alterações climáticas;
- Alinhar com a agenda para a economia circular e promover a transição climática;
- Envolver os stakeholders do setor num compromisso conjunto;
- Contribuir para alcançar as metas da ET 2027;
- Alinhar com a visão da OMT para uma recuperação responsável do setor do turismo, pós crise COVID-19.

Desenvolver-se-á sob 4 eixos de atuação:

Eixo I – Estruturar uma oferta cada vez mais sustentável;

Eixo II – Qualificar os agentes do setor;

Eixo III – Promover Portugal como um destino sustentável;

Eixo IV – Monitorizar as métricas de sustentabilidade.

O MOVE, como se vê, está empenhado na elaboração duma proposta (estrategicamente sólida) e acredita que, com este rumo certo, o investimento terá retorno no nosso Concelho. Confiemos e participemos juntos!
Contém connosco, contem com o MOVE e bem hajam!

Anabela Henriques Pereira
Apoiante do MOVE



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