Tenho lido que António Costa e o PS são os únicos
responsáveis pela não ida às urnas de cerca de dois terços dos eleitores em
Portugal nestas eleições europeias.
Ora, estando eu à-vontade para defender o PS – ou não
tivesse entregue o cartão de militante há já seis anos –, e salvo melhor
opinião, considero que aquela é uma visão tendenciosa, enviesada e minimalista
da realidade, porquanto estamos a esquecer-nos de todos os (des)governos que
lhe antecederam, e que, cada um à sua maneira, têm sido os coveiros da nossa prestimosa
democracia.
Por isso, o descontentamento e o afastamento dos portugueses
em relação aos seus representantes políticos não é de agora, nem nasceu tão-pouco
em 2015 com a chamada “geringonça”, muito pelo contrário, infelizmente já tem
décadas de enraízamento na sociedade portuguesa.
E esse é, talvez, o maior enquistamento da nossa democracia,
e aquilo que nos há-de guiar à derrota como povo e enquanto sociedade. Oxalá
que não.
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