Pós-eleições (Parte 2)
O texto que se segue foi publicado na Edição de 11 de Outubro de 2013 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.
"Coluna do Meio
Pós-eleições (Parte 2)
Ao terminar o texto da
semana passada desta “Coluna do Meio” com a ideia de que era impensável para
muitos, até aqui há bem pouco tempo, que o MOVE – Movimento Ourém Vivo e
Empreendedor iria conseguir implantar-se e criar raízes no concelho de Ourém,
mal poderia eu imaginar que a recontagem dos votos, nomeadamente ao nível da
Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, viria a revelar um
resultado eleitoral bem diferente daquele que havia sido inicialmente
vaticinado, e que atribuía sete mandatos ao Partido Socialista, cinco mandatos
à Coligação Ourém Sempre e um mandato ao MOVE.
Pois bem, após a
referida recontagem de votos, o Partido Socialista perdeu um mandato, passando
a ter seis, a Coligação Ourém Sempre subiu um, ficando também com seis, sendo
que o MOVE manteve o mandato que já tinha.
Ora, na prática isto
significa que o MOVE não só conseguiu eleger um mandato para a Assembleia de
Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, como também o seu mandato é agora uma
espécie de “fiel da balança”, posto que num dos pratos temos o Partido
Socialista com seis mandatos e, no outro, a Coligação Ourém Sempre com igual
número.
Embora o número de
mandatos seja diferente na eleição para a Câmara Municipal, o cenário político
ou de governabilidade é, porém, o mesmíssimo, isto porque houve também um
empate entre o número de mandatos obtidos pelo Partido Socialista (três) e pela
Coligação Ourém Sempre (três), elegendo o MOVE, desta feita, o mandato
remanescente.
Estes resultados
colocam-nos perante uma evidência de que já venho falando há algum tempo e que
não podemos escamotear: o MOVE não era e não é um “epifenómeno”, é antes uma
realidade que se consolidou no concelho de Ourém e que o Povo sufragou no
passado dia 29 de Setembro.
E é importante recordar
aqui que o MOVE partiu para estas eleições numa posição de clara desvantagem em
relação aos partidos políticos: do zero e com, praticamente, apenas seis meses
para pôr de pé a campanha eleitoral, o MOVE não baixou os braços à luta e foi
para o terreno, com os seus parcos recursos, disseminar a sua mensagem política
e os seus propósitos ou objectivos eleitorais.
Em resposta ao apelo
formulado pelo MOVE, a população do concelho de Ourém reconheceu este esforço
enorme, votou expressivamente no Movimento Ourém Vivo e Empreendedor (cerca de
2.700 votos, quer para a Câmara, quer para a Assembleia Municipal não é, com
certeza, coisa pouca), para além de ter ainda mostrado claramente que cada vez
mais as pessoas começam a olhar para os movimentos independentes de cidadãos,
já não como simples organizações constituídas apenas por gente “ressabiada” ou
como meros “apêndices” dos partidos, mas antes como uma alternativa séria e
credível a esses mesmos partidos políticos.
Por tudo isto e quando
disse, no texto de há uma semana atrás, que os dados estavam lançados e havia que
tirar as devidas ilações, mais não foi minha intenção senão dizer-vos isto
mesmo: que o MOVE é já um movimento consolidado no nosso concelho, que temos
todos de respeitar a decisão do Povo, que é – como todos sabemos – soberano nas
decisões que toma, e que agora iremos, eu próprio e o MOVE, trabalhar
afincadamente em benefício do concelho e do Povo de Ourém.
Confirma-se agora o que
escrevi, noutra banda e a dada altura da campanha eleitoral: que não me parecia
que viesse daí algum mal ao mundo o facto de um grupo de cidadãos se ter
juntado para participar num projecto político alternativo de cidadania, pela
primeira vez em Ourém! De facto, o Povo votou e comprovou este presságio. Ourém
só tem a ganhar com isso".
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