DEBATE
#1 – REALIZADO PELO MOVE NO DIA 10 DE AGOSTO DE 2020, SUBORDINADO AO TEMA
“FÁTIMA E A CRISE: PRESENTE E O FUTURO!”
FREGUESIA:
FÁTIMA
CONCLUSÕES
& PROPOSTAS
1.
ENQUADRAMENTO
O MOVE –
Movimento Independente propôs-se levar a efeito um ciclo de debates por todas
as freguesias do concelho de Ourém, nos quais pretende ouvir as forças vivas e
a população em geral acerca das preocupações e necessidades que carecem de
resolução urgente, com vista a assegurar o bem-estar de todos os ourienses.
2.
PARTICIPANTES
Participaram
neste primeiro debate agentes representativos dos principais sectores da
actividade económica, nomeadamente: Hotelaria, Restauração, Agências de
Viagens, Lojistas, Cafés/Pastelarias.
3.
CONCLUSÕES & PROPOSTAS
Após
discussão aturada sobre o tema proposto, que gerou amplo debate e participação
de todos os presentes, cumpre elencar as principais Conclusões & Propostas
que foram objecto de análise e das quais se destacam:
3.1.
CONCLUSÕES
• Os
agentes económicos em Fátima, tal como no Concelho e no resto do país, sofreram
(e continuam a sofrer) quebras significativas e sem precedentes nos respectivos
volumes de negócios;
• Face à
quebra do volume de negócios e à consequente falta de recursos financeiros,
facto que tem gerado, entre outros, graves problemas de tesouraria, os custos
com os recursos humanos tornaram-se insustentáveis o que poderá vir a
traduzir-se num exponencial desemprego;
• No
contexto actual, Fátima apresenta um sobredimensionamento (excesso) da oferta
face à procura;
•
Constata-se que os agentes económicos promoveram avultados investimentos no
período que antecedeu a Pandemia e que agora se vêem confrontados com a
dificuldade de os amortizar;
•
Continua a existir um (certo) receio dos turistas / peregrinos nacionais e
internacionais de visitarem Fátima, circunstância agravada pela divulgação
extemporânea, por parte da comunicação social, do surto que teve lugar no
Santuário. Ainda sobre este aspecto, constata-se ter existido um grave problema
de comunicação em relação a esta matéria, o que veio prejudicar sobremaneira a
imagem do Santuário e travar a vinda de turistas / peregrinos;
•
Verifica-se que as ligações aéreas para o nosso país se encontram fortemente
limitadas, o que cria dificuldades acrescidas para um sector já de si muito
debilitado;
•
Nota-se não só uma fraca promoção do município de Ourém e de Fátima, em
particular em termos nacionais e internacionais, como uma quase inexistente
divulgação e promoção – nos meios digitais – deste destino, contrastando com o
que acontece com a promoção de outros destinos, designadamente Lourdes;
•
Nota-se que tem existido uma preocupação por parte dos empresários ao nível da
promoção e comunicação do destino Fátima, mas que infelizmente esse esforço não
tem sido acompanhado pelas entidades oficiais, designadamente o Município de
Ourém e o Turismo de Portugal;
•
Regista-se a falta de apoio institucional em relação a Fátima, nomeadamente por
parte do Governo e da Presidência da República, dando-se nota da preocupação
pelo facto de Sua Excelência o Presidente da República ainda não se ter
deslocado a Fátima para se inteirar da realidade que assola este destino
turístico fundamental para o país, e dos momentos de angústia que vivem os
agentes económicos desta região, à semelhança do que já fez – e por diversas
vezes – em relação ao destino “Algarve”;
• Fátima
apresenta-se como uma “monocultura” que assenta essencialmente no “Turismo
Religioso”, facto que a torna vulnerável a contextos e a realidades adversas
como aquelas que hoje vivemos, pelo que urge estudar outras estratégias.
3.2.
PROPOSTAS
3.2.1. À
EDILIDADE OURIENSE
•
Reivindicar um maior apoio financeiro por parte do Município de Ourém quer ao
nível das estratégias de promoção turística, quer no âmbito social e
empresarial;
•
Revela-se de uma urgência extrema a necessidade de a Câmara Municipal proceder
a uma redução ou isenção das taxas e impostos de que os agentes económicos são
alvo nas suas actividades, nomeadamente no que diz respeito ao IVA e IMI, ou,
em alternativa, promover uma moratória do seu pagamento;
• É
fundamental a criação de um gabinete de crise e/ou de uma task force a nível
local, a qual promova a gestão desta situação de emergência em que se encontra
a nossa região, e sobretudo que encontre soluções eficazes para debelar os
problemas, e de cuja composição façam parte, entre outros, representantes dos
empresários, os quais, estando no terreno, têm uma visão privilegiada dos
problemas que enfrentam;
•
Paralelamente ao “Turismo Religioso”, e com vista à captação e fixação de
turistas, torna-se necessário procurar, a curto-prazo, alternativas
diferenciadas e atrativas que complementem este produto turístico religioso,
nomeadamente o “Eco-Turismo”, o “Envelhecimento Activo”, o “Turismo de Negócios”,
o “Turismo de Natureza”, o “Turismo Cultural”, o “Turismo Desportivo”, entre
outros;
3.2.2.
AOS ÓRGÃOS DE SOBERANIA (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E GOVERNO)
•
Promover um convite a Suas Excelências o Primeiro-Ministro e o Presidente da
República para visitarem Fátima e a Sede do Concelho;
•
Sensibilizar o Governo para a necessidade de dilatar por mais tempo o lay-off,
tornando-o mais simplificado, como instrumento de apoio à tesouraria das
empresas e a uma mais eficiente gestão dos seus recursos humanos;
• Para
fazer face aos problemas de tesouraria das empresas, propõe-se que o Governo
promova a abertura de mais linhas de crédito que possibilitem fazer face aos
encargos já assumidos ou a assumir. Permitir que as empresas acedam ao crédito
com períodos de amortização mais longos por forma a desafogar a sua tesouraria;
•
Sugerir ao Governo que redesenhe os apoios financeiros prestados às empresas no
sentido de facilitarem a previsibilidade dos investimentos, e consequente
aumento das moratórias dos pagamentos;
•
Reivindicar ao Governo ajudas imediatas e urgentes, designadamente para
pagamento de salários e impostos;
• No
âmbito da Pandemia da COVID-19, é imperiosa a ajuda dos poderes públicos
nacionais na promoção do destino Fátima, em termos digitais, como um destino
atractivo e seguro;
•
Propõe-se uma aposta forte na consolidação nacional e internacional de Fátima,
exigindo ao Turismo de Portugal que, nos fundos estruturais para a década
2020/2030, se promova a “Marca Fátima / Turismo Religioso”, procurando captar
novos mercados e novas rotas que complementem os já existentes. Por outro lado,
os efeitos desta Pandemia vieram evidenciar as debilidades da “Marca Fátima /
Turismo Religioso”, situação que criou ao mercado uma clara oportunidade para a
reestruturar para o futuro, também apostando forte na sua consolidação;
•
Propõe-se também a promoção de Fátima junto de outras paróquias e dioceses,
tanto nacionais como internacionais;
•
Ponderar minuciosamente a ameaça de uma segunda vaga da Pandemia em Fátima, bem
como no resto do Concelho, prevenindo desastrosas consequências no que ao
agravamento das condições económicas, financeiras e sociais diz respeito.
3.2.3. PROPOSTA
DE EXECUÇÃO IMEDIATA
• O MOVE
diligenciará por contactar, no decorrer do dia de amanhã, o repórter da TVI
para que, aproveitando a celebração do dia 13 de Agosto, se proceda a uma
reportagem que desmistifique o negativismo da informação transmitida aquando do
foco infeccioso no Santuário, e se apele à vinda a Fátima, pois continua a ser
um lugar seguro. Ficou mandatado o Dr. Vítor Frazão para dar seguimento a esta
tarefa.
4. NOTA
FINAL
O MOVE
congratula-se pela forma participativa com que decorreu esta iniciativa,
comprometendo-se do mesmo passo a fazer chegar às entidades competentes as
Conclusões & Propostas consagradas neste documento.
O MOVE
remeterá o presente documento para as entidades competentes para que possam
envidar todos os esforços para que as propostas aqui apresentadas sejam
materializadas em soluções concretas que ajudem a mitigar os enormes e graves
problemas económicos, financeiros e sociais com que se deparam, em particular,
os agentes económicos da freguesia de Fátima, mas que têm repercussões em todo
o concelho de Ourém.
O MOVE
apela à divulgação massiva do conteúdo do presente documento.
Fátima,
10 de Agosto de 2020
MOVE –
Movimento Independente
A
Direcção do MOVE
Obs.: O
MOVE, por intermédio do seu representante na Assembleia Municipal, Filipe
Mendes, teve oportunidade de fazer chegar cópia deste documento à Senhora
Secretária de Estado do Turismo, que se deslocou ontem (12 de Agosto) a Fátima
para participar num encontro promovido pela ACISO.
Sem comentários:
Enviar um comentário