Educar para aprender
O texto que se segue foi publicado na Edição de 7 de Março de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.
"Coluna do Meio
Educar para aprender
No ano em que se
celebra a passagem do quadragésimo aniversário do 25 de Abril, eis que nem a
propósito o texto desta semana chega também ao número quarenta. Desta feita, para
assinalar da melhor maneira possível estes dois acontecimentos, irei falar-vos hoje
sobre educação, entendida esta como um processo, método e acção que permitem o
desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano.
Com efeito, o domínio
da educação é imenso, pois abrange todos os sectores em que se exerce a
inteligência, a memória, a vontade, os sentimentos, os comportamentos, com
vista a realizar o desenvolvimento das possibilidades e do destino de cada um
numa determinada sociedade. E o termo educação é mais vasto do que o de
instrução, já que este último refere-se apenas ao desenvolvimento das
faculdades intelectuais e não ao das faculdades morais (quem nunca ouviu dizer
que instrução não é sinónimo de educação?). E se, por um lado, a educação (dita
permanente) procura desenvolver e completar a educação dos jovens trabalhadores
e das camadas adultas da população, através, por exemplo, de casas de cultura,
universidades, cursos nocturnos ou clubes culturais, já por outro lado, a educação
(dita de base) refere-se ao conjunto dos esforços empreendidos pelo governo ou
grupos privados para integrar activamente as populações no desenvolvimento
económico e no progresso social do país, associando-os e fazendo-os participar
nas transformações que elevarão o seu nível de vida, fornecendo-lhes os meios
adequados, tais como alfabetização, comunicação de melhores processos e de
novas técnicas ou educação profissional e social. De referir que educação pode
ser também definida como um processo consciente e voluntário de aculturação dos
membros jovens da sociedade pelos membros mais velhos, sendo que este processo
é geralmente institucionalizado de modo a transmitir à nova geração os
conhecimentos, as técnicas, o saber, as ideias, os modelos e os comportamentos
estabelecidos numa determinada sociedade (Alain Birou, Dicionário das Ciências
Sociais, 5ª Edição, Publicações Dom Quixote, 1982).
Ora, é precisamente
aqui que o tema de hoje também tem a ver com o 25 de Abril, pois que, mais do
que adaptação e integração, a educação deve ser uma formação do homem para a
liberdade, a responsabilidade e a criatividade. A este nível, não nos
esqueçamos que a educação começa em casa, e aqui a educação dos pais e a sua
predisposição para a formação intelectual, moral e cívica dos filhos constituem,
senão a mais importante, pelo menos a mais eficaz ferramenta de combate à
actual crise de valores que enfrentamos em Portugal, e também um pouco por todo
o lado.
Nesta sequência,
surge-nos depois a escola, e aqui é de louvar o trabalho desenvolvido pelos
professores, mas também a dedicação dos seus órgãos directivos, pessoal
docente, auxiliares, associações de pais e, claro está, dos próprios alunos. A
despeito de todas as críticas que têm sido dirigidas a certos comportamentos de
alguns alunos (e não tomemos a nuvem por Juno), designadamente ao nível das
praxes académicas (algumas das quais pouco ou nada dignas e integradoras, bem
pelo contrário), apesar desse circunstancialismo todos os agentes educativos,
sem excepção, nos devem merecer o mais veemente respeito e reconhecimento. A
valorização da educação e do papel que a escola desempenha no processo
formativo das pessoas e/ou dos alunos (certa que é a sua contribuição para o
engrandecimento cultural e académico de inúmeros jovens que serão os homens e
as mulheres de amanhã), tem sido também uma das preocupações centrais – há que
dizê-lo – do MOVE e de Vítor Frazão (das quais também eu obviamente não me
excluo). Prova disso, têm sido os diversos votos de louvor apresentados nos
diversos órgãos autárquicos, de que o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido
pela Insignare constitui apenas um dos exemplos. E que bom exemplo".
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