Do Direito de Voto
O texto que se segue foi publicado na Edição de 8 de Novembro de 2013 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.
"Coluna do Meio
Do Direito de Voto
Ao longo das últimas
semanas, na praça pública e de forma democrática, uns têm escrito
coloridamente, outros dissertam em circo e os vereadores da “Coligação Ourém
Sempre” asseguram de manhã, em reunião de Câmara, colaboração autárquica ao
senhor presidente e restantes vereadores. Nesse mesmo dia, passadas umas horas,
aqueles protagonistas e outros signatários da mesma coligação, numa
intempestiva conferência de imprensa, desertam da “vassalagem” prometida de
manhã e, agora, atirando areia para os olhos, atacam o PS e o MOVE.
Uns, com telemóvel, e
outros, com verborreia escrita e oral, tentam desgovernar e desestabilizar,
esquecendo que nas suas costas se ouve dizer: “quem desdenha quer comprar” e
que “ não se arremessam pedras a homens mortos”. Ainda se apregoa que “seria
melhor olharem para o interior da coligação e do partido e não promoverem
eleições antecipadas sem, primeiro, analisarem os resultados eleitorais”. Em separado,
quantos votos tiveram cada um dos partidos desta coligação? Certo e sabido é
que o MOVE e os seus eleitos manterão uma postura de serenidade em favor da
defesa dos interesses dos oureenses.
A propósito das últimas
eleições, com sapientes e (in)dependentes acusações, invocam-se os resultados
eleitorais mas, talvez porque não lhes interessa, não aludem à Lei Eleitoral em
vigor, que remete para “a eleição directa de deputados” e impõe,
posteriormente, “a eleição interpares” para a presidência. Ora, se mal está a
lei, então ter-se-á de a alterar.
A lista da “Coligação Ourém
Sempre” obteve, por arredondamento, 40% dos votos, mas não se pode menorizar o
facto de que as restantes forças políticas, ou seja, o PS, o MOVE e a CDU,
conseguiram 60%, o que, em termos de mandatos, se traduziu em 16 eleitos para o
PSD, 15 para o PS, 2 para o MOVE e 1 para a CDU. Em face desta correlação de
números, houve contactos (no mínimo e que conhecemos) não só entre o PSD e o PS
e vice-versa, mas também contactos do PS e do PSD com o MOVE. Quer o PS quer o
PSD desejaram os votos do MOVE, convidando os seus eleitos para integrarem as
suas listas. O MOVE não assumiu estas propostas, porque só tem 2 deputados
municipais e os deseja para intervirem na Assembleia.
Dias antes da eleição,
o MOVE propôs ao negociador do PSD que contactasse o PS para conceberem “uma
lista única tripartida”, que era, aliás e conforme informações, uma solução
autárquica já defendida pela pessoa que encabeçou a lista do PSD. Logicamente,
que o presidente seria do PSD, a 1ª secretária seria do PS e o 2º secretário, por
uma questão de aritmética de votos, seria do MOVE, sem escamotear o valor e a experiência
do eleito da CDU. Algum esforço foi feito para consumar aquela proposta? O MOVE
não teve resposta e, na tarde do dia 18 de Outubro, foi dada “liberdade de
voto” aos eleitos do MOVE, os quais, ao longo dos últimos dias, tinham sido
contactados por pessoas do PS e do PSD, nalguns casos até persistentemente, sem
que se saibam, no entanto, as consequências daí resultantes.
Será que todos os
eleitos da “Coligação Ourém Sempre” votaram na lista do PSD? É que corre por aí
que alguém votou no PS… Por exemplo, em Caxarias, caso de que o PSD não fala, a
votação também não decorreu como o acordado entre os candidatos àquela
Assembleia de Freguesia. Para nós, “os elementos do MOVE também votaram em
consciência”. Vamos, agora, fazer caça às bruxas? O MOVE não o fará! É que, em
votações, em matéria do foro íntimo e secreto, a ninguém se deverá chamar
“traidor”.
Sem comentários:
Enviar um comentário