Para reter na memória, o texto abaixo foi censurado há um
ano pelo "Jornal Notícias de Ourém", o qual constituía o sexagésimo
primeiro texto da denominada "Coluna do Meio", um espaço de opinião
existente naquele jornal e que foi banido das suas páginas, em tempo de
democracia e contra os propósitos idealizados pelos seus fundadores.
De então para cá, este jornal não admite textos de opinião
nas suas páginas, tornando-se - quiçá - no único jornal do país para quem as
opiniões dos seus leitores não contam para nada!
«Ainda o IMI 2015
Têm vindo a público várias declarações políticas proferidas
pela Coligação PSD/CDS, uma das quais datada de 30 de Setembro, na qual se
regozijavam pela aprovação da redução da taxa de IMI (Imposto Municipal sobre
Imóveis) para 2015, dos actuais 0,375% para 0,330%, só que, ocultando
deliberadamente aos oureenses o verdadeiro autor daquela proposta. Rezava
assim: “Na última reunião do executivo, os Vereadores da Coligação, em conjunto
com a Vereadora do MOVE, aprovaram a Taxa de 0,33% de IMI para o próximo ano”,
e mais à frente refere-se que “pelo comportamento e atitudes que tem vindo a
demonstrar [leia-se o Presidente da Câmara Municipal], não lhe reconhecemos
autoridade moral [onde é que eu já ouvi esta expressão? Ah, já sei, foi em 27
de Setembro do ano passado] para nos qualificar de irresponsáveis, ou pôr em
causa a nossa seriedade”, pode ler-se no documento tornado agora público e
assinado pelos vereadores da Coligação.
Acontece que, para haver justiça naquilo que se afirma, a
Coligação deveria ter escrito algo do género: “Na última reunião do executivo,
o vereador do MOVE, em conjunto com os vereadores da Coligação, aprovaram a
Taxa de 0,33% de IMI para o próximo ano”, proposta que foi apresentada pelo
primeiro e não pelos segundos. Por outro lado, valha-me Deus, Vítor Frazão é um
vereador e não uma vereadora. Até tem bigode e tudo. É um “lapso” grosseiro e
ofensivo, o que me leva a pensar que Vossas Excelências só podem estar doidas.
Acresce que a única proposta para redução do IMI a ser votada e aprovada na
Reunião da Câmara Municipal foi a do MOVE. Os vereadores da Coligação, se
tinham alguma proposta, não chegaram sequer a apresentá-la, ou melhor,
limitaram-se a ventilá-la para a Comunicação Social. A verdade é que, na sala,
após segredarem uns com os outros, colaram-se ao MOVE e votaram favoravelmente
a proposta apresentada por Vítor Frazão. Ora, se os oureenses, com esta decisão,
vão pagar menos IMI no próximo ano, o que obviamente não deixa de ser uma boa
notícia, isso deve-se ao MOVE e a Vítor Frazão.
Todavia, parece bom de ver que a Coligação cometeu neste
episódio mais uma argolada monumental, o que não deve ter agradado sobremaneira
ao alegado “timoneiro” do barco. Já não bastava Luís Albuquerque ter arrastado
os social-democratas para as tormentas e para a pior derrota eleitoral desde
1979 [pois que é bom não esquecer que o PSD, ainda por cima, concorreu coligado
com o CDS nas últimas eleições autárquicas, e se subtrairmos aos 38,37% dos
votos obtidos pela Coligação em 2013 os 4,55% alcançados pelo CDS em 2009,
sobram-nos apenas 33,82%, resultado este que só encontra paralelo nas eleições
de 1976 (31,73%) e 1979 (28,88%), as últimas das quais, curiosamente, tendo
como cabeça de lista do PSD à Câmara o Prof. Mário Albuquerque], dizia eu que
se já era bastante este cataclismo no partido, vem agora mais uma vez o filho
Luís desferir novo golpe, ao ter-se colado ao MOVE na questão do IMI, ao invés
de se tentar demarcar de Vítor Frazão e fazer prevalecer a(s) sua(s)
proposta(s). E para quem tanto acusava o MOVE de se colar ao PS, parece que é
agora o PSD que se quer colar ao MOVE! Surpreendente, não acham? Pois é, mas
pela boca morre o peixe. Ou será que é mesmo uma simples questão de amor
platónico?!
Em jeito de conclusão, notar que, para o bem ou para o mal,
foi Vítor Frazão quem apresentou a proposta de redução do IMI para o próximo
ano, e não a Coligação PSD/CDS. Depois, ao tentar-se ludibriar e encobrir
deliberadamente o autor da proposta, quer-se com isso fazer um aproveitamento
político e reclamar a paternidade de uma coisa que não é sua (o que, de resto,
é bem demonstrativo da alegada seriedade que tanto se apregoa). Finalmente,
refira-se ainda que “à mulher de César não basta ser séria, tem também de
parecer séria”.»
Cada um que tire as suas próprias conclusões.
Eu já tirei as minhas!
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