Digam NÃO ao medo
O texto que se segue foi publicado na Edição de 23 de Agosto de 2013 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.
"Coluna do Meio
Digam NÃO ao medo
A propósito dos actos
de vandalismo ocorridos na semana passada e perpetrados, designadamente, sobre
a carrinha de campanha do MOVE –
Movimento Ourém Vivo e Empreendedor, mandam as regras que sejamos contidos
e prudentes ao avaliarmos o que de facto aconteceu naquela madrugada do dia 16
de Agosto último em Rio de Couros. O que não significa, no entanto, que
estejamos acorrentados a uma certa ditadura político-partidária que nos
intimida, acossa os ânimos e nos limita no nosso direito constitucional de sermos
livres e nos expressarmos livremente.
Antes de mais, quero
fazer notar que sei bem que a minha liberdade termina quando começa a liberdade
dos outros. Pena é que, nesta matéria, nem todos pensem assim, o que leva a que
ainda tenhamos muito trabalho pela frente. É também, por isso, que repugna-me a
ideia de que o 25 de Abril de 1974 afinal não tenha servido para nada. Ora,
precisamente agora que decidi que era chegado o momento de voltar a intervir
activamente na vida pública, confesso que ainda estava esperançoso que as
razões que me fizeram afastar da política há já cerca de 15 anos, como sejam a
podridão, a falta de carácter e a pobreza de espírito de algumas pessoas, fosse
coisa do passado e que a nossa democracia estivesse mais madura em termos de
liberdade, respeito, solidariedade e igualdade entre as pessoas. Enganei-me
redondamente! Este mundo subterrâneo de interesses e vaidades difusas, onde
prolifera o crime, a corrupção e o cultivo do medo, é indiscutivelmente uma
realidade dos nossos dias.
No caso dos actos de vandalismo
de que, nomeadamente, a carrinha do MOVE
foi vítima, existem duas hipóteses prováveis para o que verdadeiramente
aconteceu. A primeira, pode muito bem ser o facto de se ter tratado de um
simples acto isolado, ignóbil e repugnante de puro vandalismo. A segunda
hipótese, bem diferente, é ter sido um acto igualmente ignóbil e asqueroso, mas
praticado a rogo de alguém e, se o foi, importa saber a identidade do(s) criminoso(s)
mandante(s).
Convém não esquecer que
nem sempre a realidade que nos salta logo à vista é o que parece. E também não
devemos ignorar que o MOVE é já uma
referência no concelho de Ourém e um movimento de massas (é certo, parte dele
na sombra forçada), mas que tem incomodado e aborrecido muita gente, da direita
à esquerda, e que de dia para dia vê as suas fileiras engrossar por muitos cidadãos
que se revêem nas suas ideias e valores, cansados que estão deste lodaçal
imoral, sujo e sem escrúpulos que conspurca a vida em sociedade, trazendo-nos à
triste memória os tempos idos do fascismo, da perseguição e do medo.
Neste sentido, considero
que qualquer tentativa de ostracizar os cidadãos e de lhes coarctar o seu
direito a serem livres é um golpe reaccionário, logicamente abjecto e de uma
tremenda baixeza. É por isso que, deste modo, não posso aqui deixar de o
repudiar e condenar firmemente. Em todo o caso, o MOVE não se deixa intimidar por este tipo de acontecimentos torpes,
que são apenas pedras que vamos encontrando pelo caminho, e que um dia, tal
como nos ensinou o nosso grande poeta Pessoa, servirão para construir um
castelo! Para o MOVE, esse castelo
significa construir um futuro melhor para todos os oureenses, onde não haja
lugar a perseguições ou medos. O MOVE
nasceu precisamente para promover o contrário: resolver os problemas das
pessoas e não para as atormentar; dar-lhes melhor qualidade de vida e não para
as ignorar; e transformá-las em cidadãos de pleno direito e em pessoas com
conhecimento e genuinamente motivadas nas causas da nossa terra, e não para as
reconduzir a meras figuras decorativas, amedrontadas e inúteis da sociedade".
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