terça-feira, abril 22, 2014

Pontos de vista

O texto que se segue foi publicado na Edição de 18 de Abril de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.

"Coluna do Meio
Pontos de vista
Em texto publicado nesta “Coluna do Meio” no passado dia 21 de Março, e intitulado “O mundo rural”, elogiei de forma incisiva a iniciativa da Feira dos Produtos da Terra, que já decorre pelo terceiro ano consecutivo, e que é – como todos sabem – uma actividade levada a cabo pela empresa municipal “Ourémviva”, o mesmo é dizer pela Câmara Municipal e pelo PS. Fi-lo, na convicção de que, sendo o nosso concelho predominantemente rural e agrícola, essa iniciativa constitui uma mais-valia para os produtores locais, permite promover e dar visibilidade aos seus produtos, estimula os sectores de actividade que se relacionam (directa ou indirectamente) com a agricultura, para além de permitir o desenvolvimento, não só (e apenas), do turismo cultural e religioso, mas também do turismo rural, de natureza, gastronómico e vinhos – áreas onde, de resto, se tem tido pouca ou nenhuma visão estratégica nos últimos anos, talvez porque tenhamos outras “jóias da coroa” mais importantes com que nos preocupar. Sou daqueles que vê Fátima como um pólo agregador, e não o contrário, mas podemos e devemos apostar noutras complementaridades.
Acontece que as minhas palavras parecem ter servido novamente de pretexto para o meu colega da coluna da direita, João Moura, me dirigir mais um “mimo” na sua crónica do passado dia 4 de Abril, aqui neste mesmo jornal. Desabafava ele um rol de propostas que tinha para o concelho de Ourém, e eis senão quando, lá quase no fim e de uma forma completamente fora de contexto e inusitada, manda-me um miminho e escreve: “deixo também a oportunidade ao colega da coluna do lado de fazer furor com a feira do gado: 3 galinhas, 0,5 vacas e 3 cabras anãs (números com base no orçamento municipal)”. Bom, digo-vos que se o caso não fosse sério, até dava vontade de rir, mas não é mesmo o caso.
Na verdade, João Moura não está a ser coerente com aquilo que pensa e escreve, senão não teria desabafado no passado dia 24 de Fevereiro em termos de confessar que até lê (ou perde tempo a ler) alguns textos enfadonhos de certos colunistas deste jornal (leia-se a “Coluna do Meio”), ficando até satisfeito – continuava ele a desabafar – por verificar que um dos seus textos neste periódico “tenha trazido inspiração colorida a alguma gente cinzenta”. Bom, as palavras são dele, não minhas. Certo, certo é que João Moura continua a ler os meus textos enfadonhos, e até me dá honras de falar com destaque na Feira dos Produtos da Terra (aquele evento a que ele chama feira do gado e o reduz a meras décimas).
Tal como tive oportunidade de dizer naquele texto de 21 de Março, “não vale a pena prometermos mundos e fundos só para eleitor ver em períodos eleitorais, se depois não damos consequência ao que prometemos e, ainda por cima, desdenhamos das propostas apresentadas pelos outros”. É isso, precisamente, o que João Moura está a fazer. Para quem proclamou (ou apoiou) na última campanha eleitoral que havia chegado a hora do norte (do concelho), é no mínimo estranho que logo João Moura, engenheiro destas lides, se insurja tanto sobre a “feira do gabo” e as coitadas das cabras anãs, por sinal até bem bonitas e lustrosas. Só posso concluir, portanto, que seja por a iniciativa partir do PS. Ora, pela minha parte, continuo a ser perfeitamente livre para poder decidir se esta ou aquela proposta é boa ou não para o meu concelho. Não tenho pejo absolutamente nenhum em apoiar qualquer proposta, seja da direita ou da esquerda, do PS ou do PSD ou da CDU, ou mesmo do MIRN, contanto que seja útil, proporcional ao orçamento e com visão de futuro. Aqui tens, pois, caro João, de mão beijada, na primeira pessoa e de forma transparente e sincera, mais um excelente pretexto, espero que não cinzento, para a tua próxima crónica, mas, por favor, vamos discutir para o futuro, nada de “pintelhos”, e também sem medos, porque a PIDE, essa, apesar de ainda andar por aí, no que depender de mim já pouco ou nada tem a fazer diante da força da liberdade readquirida naquele tal já longínquo Abril"!

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