terça-feira, março 11, 2014

Educar para aprender

O texto que se segue foi publicado na Edição de 7 de Março de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.

"Coluna do Meio
Educar para aprender
No ano em que se celebra a passagem do quadragésimo aniversário do 25 de Abril, eis que nem a propósito o texto desta semana chega também ao número quarenta. Desta feita, para assinalar da melhor maneira possível estes dois acontecimentos, irei falar-vos hoje sobre educação, entendida esta como um processo, método e acção que permitem o desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano.
Com efeito, o domínio da educação é imenso, pois abrange todos os sectores em que se exerce a inteligência, a memória, a vontade, os sentimentos, os comportamentos, com vista a realizar o desenvolvimento das possibilidades e do destino de cada um numa determinada sociedade. E o termo educação é mais vasto do que o de instrução, já que este último refere-se apenas ao desenvolvimento das faculdades intelectuais e não ao das faculdades morais (quem nunca ouviu dizer que instrução não é sinónimo de educação?). E se, por um lado, a educação (dita permanente) procura desenvolver e completar a educação dos jovens trabalhadores e das camadas adultas da população, através, por exemplo, de casas de cultura, universidades, cursos nocturnos ou clubes culturais, já por outro lado, a educação (dita de base) refere-se ao conjunto dos esforços empreendidos pelo governo ou grupos privados para integrar activamente as populações no desenvolvimento económico e no progresso social do país, associando-os e fazendo-os participar nas transformações que elevarão o seu nível de vida, fornecendo-lhes os meios adequados, tais como alfabetização, comunicação de melhores processos e de novas técnicas ou educação profissional e social. De referir que educação pode ser também definida como um processo consciente e voluntário de aculturação dos membros jovens da sociedade pelos membros mais velhos, sendo que este processo é geralmente institucionalizado de modo a transmitir à nova geração os conhecimentos, as técnicas, o saber, as ideias, os modelos e os comportamentos estabelecidos numa determinada sociedade (Alain Birou, Dicionário das Ciências Sociais, 5ª Edição, Publicações Dom Quixote, 1982).
Ora, é precisamente aqui que o tema de hoje também tem a ver com o 25 de Abril, pois que, mais do que adaptação e integração, a educação deve ser uma formação do homem para a liberdade, a responsabilidade e a criatividade. A este nível, não nos esqueçamos que a educação começa em casa, e aqui a educação dos pais e a sua predisposição para a formação intelectual, moral e cívica dos filhos constituem, senão a mais importante, pelo menos a mais eficaz ferramenta de combate à actual crise de valores que enfrentamos em Portugal, e também um pouco por todo o lado.
Nesta sequência, surge-nos depois a escola, e aqui é de louvar o trabalho desenvolvido pelos professores, mas também a dedicação dos seus órgãos directivos, pessoal docente, auxiliares, associações de pais e, claro está, dos próprios alunos. A despeito de todas as críticas que têm sido dirigidas a certos comportamentos de alguns alunos (e não tomemos a nuvem por Juno), designadamente ao nível das praxes académicas (algumas das quais pouco ou nada dignas e integradoras, bem pelo contrário), apesar desse circunstancialismo todos os agentes educativos, sem excepção, nos devem merecer o mais veemente respeito e reconhecimento. A valorização da educação e do papel que a escola desempenha no processo formativo das pessoas e/ou dos alunos (certa que é a sua contribuição para o engrandecimento cultural e académico de inúmeros jovens que serão os homens e as mulheres de amanhã), tem sido também uma das preocupações centrais – há que dizê-lo – do MOVE e de Vítor Frazão (das quais também eu obviamente não me excluo). Prova disso, têm sido os diversos votos de louvor apresentados nos diversos órgãos autárquicos, de que o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela Insignare constitui apenas um dos exemplos. E que bom exemplo".

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