segunda-feira, outubro 14, 2013

Pós-eleições (Parte 2)

O texto que se segue foi publicado na Edição de 11 de Outubro de 2013 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.


"Coluna do Meio
Pós-eleições (Parte 2)
Ao terminar o texto da semana passada desta “Coluna do Meio” com a ideia de que era impensável para muitos, até aqui há bem pouco tempo, que o MOVE – Movimento Ourém Vivo e Empreendedor iria conseguir implantar-se e criar raízes no concelho de Ourém, mal poderia eu imaginar que a recontagem dos votos, nomeadamente ao nível da Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, viria a revelar um resultado eleitoral bem diferente daquele que havia sido inicialmente vaticinado, e que atribuía sete mandatos ao Partido Socialista, cinco mandatos à Coligação Ourém Sempre e um mandato ao MOVE.
Pois bem, após a referida recontagem de votos, o Partido Socialista perdeu um mandato, passando a ter seis, a Coligação Ourém Sempre subiu um, ficando também com seis, sendo que o MOVE manteve o mandato que já tinha.
Ora, na prática isto significa que o MOVE não só conseguiu eleger um mandato para a Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, como também o seu mandato é agora uma espécie de “fiel da balança”, posto que num dos pratos temos o Partido Socialista com seis mandatos e, no outro, a Coligação Ourém Sempre com igual número.
Embora o número de mandatos seja diferente na eleição para a Câmara Municipal, o cenário político ou de governabilidade é, porém, o mesmíssimo, isto porque houve também um empate entre o número de mandatos obtidos pelo Partido Socialista (três) e pela Coligação Ourém Sempre (três), elegendo o MOVE, desta feita, o mandato remanescente.
Estes resultados colocam-nos perante uma evidência de que já venho falando há algum tempo e que não podemos escamotear: o MOVE não era e não é um “epifenómeno”, é antes uma realidade que se consolidou no concelho de Ourém e que o Povo sufragou no passado dia 29 de Setembro.
E é importante recordar aqui que o MOVE partiu para estas eleições numa posição de clara desvantagem em relação aos partidos políticos: do zero e com, praticamente, apenas seis meses para pôr de pé a campanha eleitoral, o MOVE não baixou os braços à luta e foi para o terreno, com os seus parcos recursos, disseminar a sua mensagem política e os seus propósitos ou objectivos eleitorais.
Em resposta ao apelo formulado pelo MOVE, a população do concelho de Ourém reconheceu este esforço enorme, votou expressivamente no Movimento Ourém Vivo e Empreendedor (cerca de 2.700 votos, quer para a Câmara, quer para a Assembleia Municipal não é, com certeza, coisa pouca), para além de ter ainda mostrado claramente que cada vez mais as pessoas começam a olhar para os movimentos independentes de cidadãos, já não como simples organizações constituídas apenas por gente “ressabiada” ou como meros “apêndices” dos partidos, mas antes como uma alternativa séria e credível a esses mesmos partidos políticos.
Por tudo isto e quando disse, no texto de há uma semana atrás, que os dados estavam lançados e havia que tirar as devidas ilações, mais não foi minha intenção senão dizer-vos isto mesmo: que o MOVE é já um movimento consolidado no nosso concelho, que temos todos de respeitar a decisão do Povo, que é – como todos sabemos – soberano nas decisões que toma, e que agora iremos, eu próprio e o MOVE, trabalhar afincadamente em benefício do concelho e do Povo de Ourém.
Confirma-se agora o que escrevi, noutra banda e a dada altura da campanha eleitoral: que não me parecia que viesse daí algum mal ao mundo o facto de um grupo de cidadãos se ter juntado para participar num projecto político alternativo de cidadania, pela primeira vez em Ourém! De facto, o Povo votou e comprovou este presságio. Ourém só tem a ganhar com isso".

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